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Porque é tão difícil identificar a aplicação de um item para caminhões e ônibus?

Enquanto a relação com um carro é relativamente breve para a maioria das pessoas, quem tem um ônibus ou um caminhão sabe que o convívio com o veículo pode se estender por décadas. A vida útil de um pesado é de cerca de 25 anos, e a idade exige cuidados variados para evitar surpresas. Iniciaremos nossa jornada falando sobre a necessidade de substituir uma peça.

QUANDO A TROCA É NECESSÁRIA?

A troca de peças acontece por três motivos: desgaste natural, falha ou quebra e em decorrência de acidentes. O desgaste natural compreende itens como filtros, pastilhas de freio, amortecedores, velas, correias e afins, além da troca de fluidos. Neste caso, estamos falando da manutenção preventiva, aquela que é feita em intervalos regulares de tempo ou quilometragem, para assegurar o correto funcionamento de todos os sistemas, evitando incidentes. Isso é altamente recomendado para os itens considerados “de segurança”.

A falha ou quebra envolve itens que contabilizam vida útil elevada ou casos em que é difícil prever problemas. Podemos citar como exemplos, itens eletrônicos, rodas ou algumas peças do motor. Ao contrário da manutenção, que é feita previamente, neste caso temos uma ação reativa, ou seja, quando o problema aparece, tomamos uma ação para corrigi-lo.

O último caso são as questões que decorrem de acidentes. As peças mais comuns relacionadas a esta questão são para-choques, faróis, lataria e retrovisores.


AS ALTERNATIVAS DISPONÍVEIS

Em qualquer um dos casos, as peças utilizadas podem ser de 3 tipos. Originais, paralelas ou recondicionadas. As originais são aquelas desenvolvidas pela montadora, as mesmas peças utilizadas no veículo quando era novo. Esta condição garante maior segurança, durabilidade e, em alguns casos, são as únicas aceitas pelo seguro.

Quando não há peças originais disponíveis ou quando o proprietário busca economia, entramos em uma região obscura, onde estão as peças paralelas e as recondicionadas.

Peças paralelas são aquelas que não tem relação com o projeto original do veículo. Podem ser idênticas a uma peça original e ter qualidade similar, mas como não há controle da montadora, estas peças também podem ter diferenças estruturais significativas e qualidade inferior, trazendo risco ao veículo, ao condutor e a terceiros.

Indo para as recondicionadas, a situação se torna mais delicada. Uma peça remanufaturada envolve um item que já foi submetido a desgaste e, muitas vezes, a falhas e acidentes. A peça recebe um tratamento para "voltar ao estado de nova" e é comercializada. Embora o mercado de peças recondicionadas esteja em crescimento, envolvendo inclusive itens vendidos pelas próprias montadoras, é uma escolha que exige atenção, pois o recondicionamento nem sempre é feito por empresas idôneas: as vezes a preocupação com a economia vem antes da qualidade e segurança.

QUANDO A DEMANDA POR PEÇAS É MAIS FORTE?

Acidentes acontecem sem aviso, mas há épocas em que a prevalência deste imprevisto é maior. Podemos citar o período de chuvas (que varia conforme a região), a época das férias e as safras, que exigem maior manutenção do veículo entre setembro (fim da safra de soja e milho) e dezembro. Nestas situações os riscos aumentam, seja pelas condições da estrada, pelo aumento da quantidade de veículos ou pelo uso mais intenso do caminhão. Sendo assim, mesmo com cálculos imprecisos, sabemos que estas situações exigem maior cuidado e manutenção mais intensa. Afinal, ninguém quer ficar com o caminhão parado na melhor época.

Se pensarmos no tipo de veículo, o segmento de pesados consome mais peças, quando comparado aos segmentos de semileves, semipesados e ônibus. Já com relação à idade, os veículos com idades entre 6 e 10 anos são aqueles com maior "apetite" por peças.

E COMO SABER QUAL É A PEÇA QUE EU PRECISO?

Existem algumas diferenças entre frotistas e autônomos. Basicamente, os primeiros buscam a melhor relação custo x benefício, enquanto os autônomos são mais sensíveis ao preço e ao menor tempo com o caminhão parado. Para os frotistas, o que define a escolha de um ou outro tipo de peça, é uma combinação de fatores que juntos apontam o que é mais viável. Para isso, são cruzados dados conforme a seguinte fórmula: custo do veículo parado (tempo para aquisição de peças + custo da mão de obra) + custo da peça divido pelo tempo estimado de vida útil da peça trocada.  Outro ponto marcante, é que enquanto as frotas tendem a ter veículos mais novos, grande parte dos motoristas autônomos lida com caminhões de idades avançadas, que já saíram de linha... e é aí que a vida de quem busca peças de reposição se complica.

Não existe uma lei que traga definições sobre a obrigatoriedade de produção e fornecimento de peças para veículos fora de linha. O projeto de lei 3002/2011, do deputado licenciado Aguinaldo Ribeiro (PB), define que a montadora deva ser responsável pelo fornecimento de peças por até 15 anos após o término da produção. Já o CDC (Código de Defesa do Consumidor), diz que "depois que o carro deixa de ser fabricado ou importado, suas peças de reposição devem ser mantidas durante um prazo razoável.", mas o que é "razoável"?

Na prática, quem define se existem peças, ou não, é o mercado e os aspectos financeiros. O mercado é o responsável por definir a demanda. Se muita gente consome determinado item, existe uma demanda alta para aquele item. Esta alta procura é um argumento que viabiliza o investimento de uma empresa para que o produto seja fornecido.

Na questão financeira é analisada a viabilidade de se produzir, estocar e distribuir uma determinada peça. Existem peças originais de veículos fora de linha que ainda são comercializadas, mas isso só acontece se a produção é viável, e a conta só fecha se o volume de vendas for significativo.

É compreensível que proprietários de caminhões que não são mais produzidos se sintam traídos quando buscam por uma peça original e a montadora não os atende. É comum a sensação de que você foi "traído", afinal, você investiu em uma determinada marca e foi "deixado na mão" quando precisou de ajuda, mas essa entidade chamada MERCADO é cruel: se alguma coisa não é financeiramente viável, ela não estará disponível.

Para fazer um paralelo, vamos inverter a situação. Um caminhoneiro autônomo ou uma transportadora costumam trabalhar onde há serviço. Quanto maior a procura, mais possibilidades de negócios. É por isso que a oferta de transporte rodoviário é maior em grandes centros, perto de portos e centros de distribuição, por exemplo. E é por isso que não há grandes transportadoras ou caminhoneiros autônomos oferecendo serviços em uma cidade pequena perdida no meio do mapa.

A oferta de serviços e produtos acompanha a demanda. Parece cruel e muitas vezes é cruel mesmo, mas é a realidade.

Por isso, quando um caminhão que já não é mais fabricado precisa de peças originais, é grande a chance de proprietário se ver obrigado a partir para as peças paralelas, recondicionadas ou para as adaptações.

Mesmo mantendo a manutenção em dia, respeitando os limites de carga do veículo e conduzindo sempre com suavidade e direção defensiva, o caminhão vai precisar de peças de reposição. Se for o seu caso, busque empresas conhecidas, indicações e o selo de certificação do INMETRO (quando aplicável). E se a renovação da sua frota ou a troca do veículo estiverem dentro das suas possibilidades, trace um plano e organize-se para ter mais controle sobre a vida útil do seu patrimônio, afinal, não gastar dinheiro nem sempre é sinônimo de economizar.

E COMO SABER SE UMA PEÇA É REALMENTE APLICÁVEL AO MEU CASO?

A dor de cabeça gerada pela indicação da peça errada para um ônibus ou caminhão é algo que nem os “remedinhos” mais tradicionais resolvem facilmente. Então, na hora de vender ou comprar a peça de reposição para os veículos, leves ou pesados, invista tempo nas ferramentas disponibilizadas pelos fabricantes. Consultas diretas ou indiretas aos canais disponibilizados pelas principais marcas, sem dúvida, reduzem demais essa possibilidade de falha e também o tempo necessário para conseguir a informação precisa.

Desde um número de telefone até uma mensagem pelo celular, as marcas referência na fabricação e desenvolvimento de autopeças investem constantemente em suas plataformas para facilitar o acesso à informação. O importante, é que não somente os profissionais do mercado têm acesso, mas os consumidores também, afinal, quando o cliente já chega sabendo exatamente o que precisa, tudo flui com mais facilidade. Por isso, não deixe de conhecer as ferramentas que os fabricantes disponibilizam, pois na hora que você mais precisar, são elas que deixarão seu trabalho mais tranquilo, longe de incertezas. Você pode consultar o time do suporte técnico via 0800 ou mensagens instantâneas como o WhatsApp, pode baixar aplicativos para celular, consultar catálogos digitais nos sites das marcas e também solicitar o envio de um catálogo impresso, pois afinal de contas, “um prevenido vale por dois”. ?

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