As mulheres têm participação fundamental no desenvolvimento e a evolução dos automóveis. Isso porque, a indústria mundial de automóveis como existe hoje, teve início graças ao empreendedorismo de uma mulher.
Bertha Benz, nascida Bertha Ringer em 1849, na cidade de Pforzheim, no Grão-Ducado de Baden na Alemanha em uma época que a educação era negada às mulheres, mas mesmo assim, ela se interessava por mecânica e os mecanismos que o pai, carpinteiro produzia.
Em 20 de julho de 1872 Bertha casou-se com Karl Benz, um engenheiro que desenvolvia o projeto de uma ‘carruagem sem cavalos’, a qual era movida por um motor a combustão interna. O projeto foi finalizado em 1886 e recebeu o nome de Motorwagen, porém, para tornar-se viável necessitava de desenvolvimento, mas faltava dinheiro.
Como diz o ditado: ‘A necessidade é a mãe da invenção’, para suprir essa necessidade, Bertha dirigiu de Mannheim até Pforzheim, levando os filhos Richard e Eugen, de 13 e 15 anos de idade, sem contar ao marido e sem nenhuma permissão das autoridades. Ela foi a primeira pessoa a dirigir um automóvel em uma longa distância, ainda que ilegalmente, num trajeto de 100 km.
Vamos lembrar que na época não existiam estradas pavimentadas, pois o transporte era realizado com veículos puxados por cavalos. Durante o trajeto, Bertha Benz usou de sua genialidade para resolver os problemas que o veículo apresentou, como por exemplo, a limpeza do cano de combustível, a qual foi feita com o alfinete de seu chapéu.
Ela utilizou uma de suas cinta-liga como material isolante no fio de ignição. Ainda durante a viagem ela aprimorou o sistema de freio, até então, uma barra de madeira em contato com as rodas. Como Bertha tinha dificuldades para frear o veículo, no meio do caminho, ela foi até um sapateiro e pediu para fazer duas correias de couro as quais cobriram a barra que fazia contato com as rodas, assim podemos dizer que ali surgiu a lona de freio, que é utilizada até hoje.
Além de promover o primeiro teste de rodagem em um automóvel, a viagem de Bertha até a casa dos pais foi feita com o propósito de pedir dinheiro emprestado para aprimorar o projeto do carro. Por causa desta iniciativa, foi constatado que o automóvel era viável para percorrer longas distâncias.
Depois de ser popularizado, o automóvel ao longo de sua existência evoluiu, com a participação importante de várias mulheres inventoras, uma delas foi Mary Anderson que patenteou no ano de 1903 o primeiro limpador de para-brisas. A ideia de desenvolver o equipamento surgiu após Mary viajar para Nova York em um período de nevasca. O motorista do carro que ela estava tirava a cabeça para fora para enxergar o caminho. O primeiro limpador de para-brisa era um sistema com um braço longo colocado fora do veículo com uma camada de borracha acionado por uma manivela.
Podemos destacar ainda a participação importante das mulheres no desenvolvimento de outros itens voltados para a segurança e conforto dos automóveis e ocupantes, como por exemplo a seta. Florence Lawrence, uma atriz canadense considerada a primeira diva do cinema mudo, mas que também foi inventora, pois criou o sistema de sinalização do automóvel, ou seja, a seta.
Florence colocou no seu carro duas bandeiras atrás dos para-lamas as quais eram ativadas por botões no painel do automóvel. Um pouco antes de virar para direita ou esquerda, ela apertava o botão e a bandeira indicava para quem vinha atras, se ela iria virar para direita ou esquerda. Antes disso, a indicação de mudança de direção era feita com os braços.
Outra mulher que entrou para a história do setor automotivo é Katharine Burr Blodgett, a primeira mulher a obter o Ph.D. em Física na Universidade de Cambridge, em 1926. Após seu mestrado, passou a trabalhar na General Electric, e criou revestimentos antirrefletores para superfícies de vidro. Esse produto foi o primeiro vidro invisível, de baixa reflectância, ou seja, sem reflexo, o qual eliminou a distorção de luz existente em vários equipamentos óticos, incluindo lentes de sol, telescópios, microscópios, câmeras e projetores e posteriormente nos vidros utilizados nos automóveis.
No que diz respeito a conforto para os ocupantes, a engenheira mecânica Margaret A. Wilcox, inventou um sistema que conduzia o ar quente do motor para a parte de baixo do veículo, isso para aquecer os pés dos motoristas, assim como, o interior do carro, ou seja, o aquecedor de automóveis.
Estes são alguns dos muitos exemplos de mulheres criativas, com atuação marcante no desenvolvimento do automóvel. A KOSTAL ao longo dos 100 anos de existência, valoriza o trabalho das mulheres, pois mantém em seu quadro de colaboradores pessoas do sexo feminino e masculino sem qualquer tipo de distinção.